A Tragetória de um líder
Nascido em 15 de Agosto de 1769 na Córsega, ilha recém adquirida pela França à República de Gênova, Napoleão Bonaparte chegou a Paris em Março de 1784 como bolsista da academia militar do campo de Marte. Sua aplicação nos estudos e seu talento para a matemática lhe permitiram graduar-se como subtenente de artilharia em apenas um ano de curso, quando o normal seriam dois. Não estava entre os primeiros colocados da turma, mas com a arrogância que ficaria famosa, lembrou aos colegas que tinha só "16 anos e 15 dias".
Napoleão marcou presença na Revolução Francesa desde os primeiros dias. Inicialmente, contra ela. Fiel à Monarquia e à disciplina militar, condenou a insurgência popular, sem entender ainda seu verdadeiro sentido político e seu alcance social.
Na juventude de seus 26 anos, Napoleão ambicionando muito mais. Como uma águia criada no ninho da Revolução, ele pregava seu vôo soberano e solitário, chegaria a ser imperador da França e o principal personagem de sua época.
Coube a Napoleão Bonaparte a tarefa de consolidar internamente e difundir externamente algumas das principais conquistas da Revolução Francesa. Sua ascensão ao poder foi consequência direta das crises enfrentadas pelo Diretório, atacado pelos partidários da realeza, que queriam a volta do Antigo Regime, e pressionado pelas camadas populares, que exigiam a volta do Terror.
Napoleão julgava-se, de certa forma, sucessor de Júlio César, o conquistador Romano. Rimeiro-Cônsul em 1799, iria se tornar Imperador em em 1804.
Seu governo foi despótico, apesar da existência de uma constituição. Por algum tempo, a prosperidade resultante das reformas internas e o êxito nas guerras permitiram a continuidade do Regime. Com os primeiros fracassos militares, porém, seus fundamentos foram abalados, até a queda em 1814 e o eclipse definitivo em 1815.
O CONSULADO:
Em 1799, a França apresentava aspecto desolador: indústria e comércio arruinados; caminhos e portos destruídos; serviço público desorganizado. Parte da População fugia da desordem e da ameaça de confisco de bens. Clérigos que se recusavam a acatar a nova Constituição eram perseguidos. A guerra civil parecia iminente.
Para vencer essas dificuldades, um setor do Diretório aliou-se a Bonaparte, que se havia destacado no comando do exército francês durante campanhas na península Itálica(1796-1797) e Egito(1798-1799). Prestigiado pelo povo como herói nacional, através de um Golpe de estado, Napoleão Bonaparte derrubou o Diretório, dissolveu a Assembléia e implantou o Regime do Consulado.( 10 de Novembro de 1799-1802).
Em Fevereiro de 1800, uma Constituição aprovada em plebiscito por mais de 3 Milhões de novos de Votos reformulou as instâncias de poder. O Poder Legislativo passou a ser composto por quatro assembléias: o Conselho de Estado(que preparava as leis); o Tribunal ( que as dicutia); o Corpo Legislativo (que se encarregava de votá-las) e o Senado ( que velava pela sua execução).
Para dimunuir as tensões, Napoleão procurou promover uma política de reconciliação, tanto no plano externo quanto interno. Em 1802, assinou a Paz de Amiens com a Inglaterra, colocando fim aos conflitos com países europeus que duravam desde 1792.
Ao mesmo tempo que conquistava a paz externa, o governo de Napoleão deu novo impulso à racionalização burocrática do Estado, reorganizando e centralizando a administração.
Criou um corpo um corpo de funcionários para arrecadar impostos e fundou o Banco da França, com direito de emitir papel moeda. Em decorrência, a situação econômica melhorou sensivelmente. A obra mais relevante, contudo, foi o Código Civil, inspirado no Direito Romano, nas Ordenações Reais e no Direito Revolucinário, esse corpo de leis continua, em sua essência, em vigor até hoje na França.
Em 1801, estabeleceu com a Igreja a Concordata. Por ela, o Papa aceitou o confisco dos bens eclesiásticos. Em troca, o Estado ficou proibido de interferir no culto, mas os bispos seriam indicados pelo o governo e prestariam juramento de fidelidade à República. Para completar, as bulas papais só entrariam em vigor depois de aprovadas por Napoleão.
Vitorioso interna e externamente, Bonaparte recebeu o título de Cônsul-Vitalício em 1802. Dois anos mais tarde, sagrava-se imperador com as bênçãos do papa.
O DESPOTIMO DO IMPERADOR
A situação era ambígua. Em 1804, Napoleão cinguiu a coroa do Império. Mas a nova Constituição afirmava em seu Artigo 1º´´O Governo da República é confiado ao Imperador(...)``.Estabelecido em nome da República, o Império seria exercido com mão de Ferro. Uma nova corte foi formada e a antiga nobreza rescontituída. Ao Código Civil seguiram-se o Código Comercial e o Código Penal. A economia foi estimulada. No campo, Napoleão manteve as conquistas da Reforma Agrária. Os Camponeses passaram a produzir mais e a apoiar o Regime. O governo concluiu numerosos trabalhos iniciados no Consulado: abertura de canais, reconstrução de portos, construção de estradas, urbanização de cidades, etc. Com essas obras de infra-estrutura, a indústria passou a crescer.
As instituições republicanas foram modificadas, de modo a submeter-se à autoridade do Imperador. As Assembléias eleitas sufrágio universal foram suprimidas. Em seu lugar, estabeleceu-se um sistema escalonado de eleições indiretas pelo qual só as pessoas ricas poderiam ser eleitas. O Tribunal e os Corpos Legislativos perderam suas funções. As liberdades individuais e políticas deixaram de ser respeitadas. A imprensa ficou sob sensura.(Uma característica básica de todo ditador.)
Além disso meus amigos, a intervenção do Imperador estendeu-se à educação, alterando o programa de disciplinas consideradas "perigosas" para o regime, como a própria História e a Filosofia.( Que ridículo, vendo de hoje em dia!!!)
Pois bem, no âmbito da religião, o catecismo passou a ensinar os deveres para com Deus e para com o Imperador.
POLÍTICA EXTERNA
O equilíbrio interno conquistado possibilitou a Napoleão por em prática seu plano principal: Fazer da França a maior potência do Continente. Para alcançar esse objetivo, tinha de vencer a Inglaterra, país mais industrializado e com maior frota marítima da Europa.
Em 1803, a Inglaterra se uniu à Rússia e à Áustia para lutar contra a França. Os ingleses venceram a Batalha Naval de Trafalgar, na Espanha, mas os franceses venceram os áustro-russos em terra, em Austerlitz, na Boêmia, na mais brilhante vitória de Napoleão Bonaparte em 1805.
A essa vitória, seguiram-se outras que deram ao Imperador o controle de quase toda a Europa central.
Confira Abaixo:
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O Sacro Império, que reunia diversos estados, como a Prússia, foi extinto e em seu lugar criada a Confederação do Reno, sob tutela Francesa.
Para enfraquecer a Inglaterra, Napoleão decretou o Bloqueio Continental, forçando os países europeus a fecharem seus portos ao Comércio Inglês. Essa medida garantia também, para a indústria francesa, a exclusividade dos mercados da Europa.
Observe o mapa abaixo:
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Pensa que acabou? Hum...Se liga!
Entre 1807 e 1808, Bonaparte abriu uma nova uma nova frente de batalha, invadindo primeiro a Espanha e depois Portugal. O pretexto para invadir Portugal foi justamente o não cumprimento, do mesmo, do bloqueio continental contra a Inglaterra. A invasão francesa e os interesses ingleses levaram a corte portuguesa a transferir-se para o Brasil em 1808. A Áustria tentou reagir, mas foi derrotada na batalha de Wagram, em 1809.
Com um exército que parecia imbatível, o poder Napoleônico chegava ao auge. Por volta de 1810, quase toda a Europa ocidental estava sob seu domínio. A grande exceção era a Inglaterra. Entretanto, a dominação francesa provocou revoltas nacionais, principalmente na Prússia.
Em 1812, os russos romperam o bloqueio Continental contra a Inglaterra. Em represália, Napoleão invadiu a Rússia à frente de um exercito de aproximadamente 600 mil homens. Venceu a batalha de Moscou, mas as suas tropas não conseguiram resistir ao poderoso Inverno Russo( Puttz!! ). Obrigados a uma retirada desastrosa, seus soldados foram dizimados pelo frio e pela fome, retornando aproximadamente 30 mil à França.
A Prússia e a Áustria aliaram-se então à Rússia e venceram Napoleão em Leipzig (Confederação do Reno), acabando de destruir seu poderio militar em 1813. Derrotado e sem apoio interno, Napoleão acabou renunciando ao poder em 1814 e foi exilado na pequena ilha de Elba.
Com a renúncia, políticos franceses, com o apoio das potências européias, procuraram restaurar a monarquia deposta em 1792, entregando a coroa ao rei Luís XVIII , irmão de Luís XVI.
A população francesa reagiu mal à tentativa de restauração. Sentindo-se estimulado por isso, Napoleão fugiu em Março de 1815 da Ilha de Elba e retornou o governo em Paris. O curto período em que se manteve no poder ficou conhecido como o Governo dos Cem Dias. Os Ingleses, conduzidos pelo Duque de Wellington, o derrotaram na batalha de Waterloo, na Bélgica, em junho de 1815. Definitivamente vencido, abdicou do poder e foi preso na ilha de Santa Helena, na costa Africana, onde morreu em 1821.(Nossa, que história!)
Após a derrota de Napoleão, em Leipzig, as monarquias vitoriosas(Áustria, Prússia, Rússia e Inglaterra) convocaram o Congresso de Viena, cujos trabalhos se estenderiam até 1815. A grande preocupação dessas potências foi restaurar o velho equilíbrio europeu existente antes da Revolução Francesa.
Dessa forma, além de obrigar a França a pagar pesada idenização de guerra, o conclave recolocou no tronco francês o Rei Luís XVIII e reafirmou os valores do Antigo Regime.
Pouco meses depois, a Áustria, Prússia e Rússia criaram a Santa Aliança o pacto foi concebido como instrumento de ajuda mútua entre os monarcas desses reinos para sufocar qualquer outro movimento revolucionário que viesse a aparecer posteriomente.
Fonte:Toda a História; Nelson Piletti
Obrigado e que Deus nos Abençõe.