O período compreendido entre o fim do século XVIII e o início do século XIX ficou conhecido como a "era das Revoluções" devido às grandes transformações históricas ocorridas em todo o mundo. No âmbito econômico, o capitalismo alcançou sua maturidade com a Revolução Industial, enquanto na vida política a classe burguesa derrubava as últimas barreiras feudais ao seu desenvolvimento, assumindo o controle do governo, como aconteceu com a Independência dos Estados Unidos e com a Revolução Francesa.
A Independência brasileira, seja por servir-se dos ideais e das transformações do período, seja por produzir uma completa integração do Brasil aos principais centros econômicos do desenvolvimento capitalista, livre do controle parasitório metropolitano, mostrou-se plenamente relacionada com a 'era das Revoluções'.
Em Especial, com os desdobramentos da Revolução Francesa e com Guerras Napoleônicas, que acabaram envolvendo diretamente Portugal e obrigaram a transferência da família Real para o Brasil, o que serviu para acelerar o processo de nossa Independência.
As Guerras Napoleônicas e a vida da Família Real Portuguesa para o Brasil
Enquanto a Revolução de 1789 seguia seu curso, com a derrubada do Absolutismo e do Antigo Regime(com a morte do Rei Luís XVI Francês), vários países europeus de tendência absolutista declararam Guerra à França, tentando combater o seu perigoso exemplo.
Em meio a essas guerras, despontou a competência militar e a política de Napoleão Bonaparte (VER NOS ASSUNTOS DO BLOG), que, aproveitando-se das dificuldades internas e do continuado ataque Internacional, assumiu o governo Francês com um golpe de Estado, em 1799.
Devido à dependência econômica de Portugal em relação à Inglaterra, o príncipe-regente, D. João, substituto de sua mãe, D.Maria I, afastada do trono por demência desde 1972, não acatou de imediato a imposição do Bloqueio Continental. Enquanto cresciam as pressões francesas, o embaixador inglês em Lisboa, Lord Strangford, forçava D.João a assinar uma convenção secreta, um acordo que definia a transferência da sede da monarquia portuguesa para o Brasil, a integração da Marinha lusa à Inglesa e facilidades comerciais inglesas no Brasil, entre outros acertos, em troca da proteção fornecida pelos britânicos contra os franceses.
Diante da hesitação do regente português, Napoleão assinou com a Espanha, sua aliada, em 1807, o Acordo de Fontainebleau, que determinava a invasão de Portugal por tropas franco-espanholas, a derrubada do governo de Bragança e o desmembreamento do reino e suas colônias.
Em novembro de 1807, os franceses, sob o comando do general Junot, invadiram Portugal. A Família Real e cerca de 15 Mil pessoas, entre nobres e demais funcionários, abandonaram em pânico o país, carregando o que conseguiam, num típico: Salve-se quem puder!